Onde está a felicidade?
Pesquisadores tentam responder a esse questionamento por meio da ciência. No entanto, a Palavra de Deus aponta o caminho. Definir felicidade é uma tarefa difícil. Para a Organização das Nações Unidas (ONU), que divulga, anualmente, o Relatório Mundial da Felicidade, esse sentimento está relacionado à qualidade de vida. O relatório nada mais é que um ranking dos países mais e menos felizes do planeta. Na conta, entram variáveis, como liberdade de expressão, renda média, expectativa de vida, suporte social, generosidade e confiança. As informações se referem ao ano anterior e são divulgadas no Dia Mundial da Felicidade, celebrado em 20 de março. Na pesquisa publicada neste ano, com base em dados de 2018, a Finlândia conquistou o honroso título de país mais feliz do mundo. Já o Brasil caiu seis posições em relação a 2017, passando a ocupar o 28º lugar entre os 156 países analisados. O estudo não explica detalhadamente os aspectos que levam às oscilações nas notas. Mas trechos do documento citam que, no Brasil, assim como em outras nações da América Latina, a percepção de corrupção generalizada, as dificuldades econômicas e os índices de violência contribuem para uma perda na satisfação no tocante à qualidade de vida. Curiosamente, o relatório dedica boa parte de sua investigação à importância dada, na América Latina, às relações interpessoais. Conforme os autores da investigação científica descrevem, tal fenômeno, na região, atesta que o rendimento financeiro nem sempre é determinante, ou mesmo suficiente, para explicar a satisfação sentida pelas pessoas. Com o relatório da ONU em mãos, recentemente a reportagem de Graça/Show da Fé saiu a campo para responder a uma pergunta básica. Afinal, qual é a verdadeira fonte da felicidade: reconhecimento profissional, familiar, social? Amor? Saúde? Poder? Status? Dinheiro? O fato é que esse assunto intrigante tem feito cada vez mais pesquisadores, de diferentes países, aprofundarem-se no tema. O maior e mais abrangente estudo sobre felicidade é o da Universidade de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos. A primeira fase da sondagem – iniciada em 1938 e terminada em 2013 – tinha por objetivo lançar luz sobre as variáveis biológicas e psicossociais, que, na juventude, são capazes de influenciar a saúde e o bem-estar na fase adulta. Mais de 600 jovens se tornaram voluntários para o projeto iniciado nos anos de 1930. Eles e suas famílias começaram a ser monitorados por meio de entrevistas, exames médicos e avaliações de experiências interpessoais de interação. Foi demonstrado, então, que o principal fator determinante da felicidade são os relacionamentos, e foi indicado que a solidão é prejudicial à saúde e à felicidade, assim como estar em meio a convivências conflituosas. O que interfere na felicidade é o tempo que passamos com pessoas importantes para nós, como amigos e familiares, mas só se estivermos por inteiro, como explicou o Prof.º Tal Ben-Shahar, psicólogo de Harvard, em entrevista concedida à revista Exame, quando esteve em São Paulo (SP) para um de seus cursos sobre felicidade: “Hoje, muita gente prioriza o trabalho em vez dos relacionamentos, e isso aumenta a insatisfação”, enfatizou ele. Entre as atividades que ajudam a promover felicidade, está a realização de exercícios físicos. É o que dizem pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, depois de examinarem quais aspectos da atividade física estavam associados ao contentamento. Para chegarem a essa conclusão, os estudiosos revisaram 23 trabalhos científicos que incluíam aspectos da felicidade e da prática de exercícios, e informações sobre a saúde de milhares de adultos, idosos, adolescentes, crianças e até sobreviventes de câncer de vários países. Foi revelado que as chances de uma pessoa muito ativa fisicamente ser feliz são 52% maiores do que as de um sedentário. “Nossos resultados sugerem que a frequência e o volume de atividade física são fatores essenciais na relação entre atividade física e felicidade”, declarou Weiyun Chen, uma das autoras do estudo. Parte da relação entre exercícios físicos e felicidade se deve ao fato de o corpo humano produzir substâncias que estimulam a sensação de prazer durante a atividade física. “Um dos principais hormônios liberados e potencializados é a endorfina, que proporciona o bem-estar”, explica o professor de Educação Física, Fabiano Câmara. Contudo, engana-se quem pensa que é necessário gastar horas na academia para chegar a esse resultado. “A intensidade, a dedicação e a objetividade da atividade são mais eficazes do que o tempo. Os efeitos da prática, em média, perduram por 24, 48 horas”, assinala o educador, categórico ao afirmar que o ideal é movimentar o corpo todos os dias. “Pode ser uma caminhada ou subir e descer escada, por exemplo. É sair do sedentarismo.” Para a cientista social Tânia Foster, essas descobertas modernas acerca da felicidade vêm ao encontro de um antigo anseio do ser humano: ser feliz. “Se perguntarmos para qualquer indivíduo, a princípio, todos responderão que desejam a felicidade.” Entretanto, ela pontua que esse estado de espírito precisa estar alinhado a algo imutável e atemporal. “Do contrário, a busca será eterna. Na verdade, o homem só é feliz ao conhecer verdadeiramente a Deus.” - Texto extraído e adaptado da matéria A fonte da felicidade, assinada pela repórter Patrícia Scott e publicada na edição 240 da revista Graça Show da Fé, p. 12-16. Adquira os livros O melhor da vida e A vida abundante, de T. L. Osborn, publicados pela Graça Editorial, e saiba mais sobre o assunto.