Como exercer a paternidade espiritual na sociedade contemporânea?
Pastor da IIGD reafirma o papel de referência do pai na educação dos filhos. Best-seller da Graça Editorial fala do desafio de formar e liderar uma família. Leonardo Felix O dom da paternidade, concedido pelo Criador, precisa ser exercido não de forma autoritária, mas de maneira espiritual. É como o homem pode ser bem-sucedido nesta missão extremamente árdua, tendo em vista o contexto da sociedade contemporânea, que foi impactada diretamente pela tecnologia e pelas redes sociais. O best-seller da Graça Editorial “Guia bíblico de paternidade espiritual” revela exatamente isso às famílias cristãs. Segundo o autor Bayless Conley, “Um pai transmite mais do que informação. Ele transmite a si mesmo. Torna-se vulnerável. Sacrifica-se por seus filhos e filhas. Vigia em oração por eles e se regozija com o progresso deles. Carrega-os em seu coração. E ele não tem maior gozo do que este: o de ouvir que os seus filhos andam na verdade (3 Jo 1.4). Ser pai exige compromisso”. Além de empatia e compromisso, é preciso muito diálogo, necessidade identificada por Josias Cruz ao longo dos anos de seu ministério como pastor da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) e como pai de dois filhos: Diogo, de 23 anos, e Jean (7). “A Bíblia diz: ‘não por força nem por violência’ (Zacarias 4.6). As coisas que são forçadas nem podem ser abençoadas por Deus. Já em Provérbios 22.6: ‘Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele’, ou seja, deve-se educar como qualquer pai faz, mas ensinar dentro da Palavra de Deus, indicando ao filho o caminho da verdade para que ele nunca se desvie dela. O próprio Deus sempre teve cuidado com cada um de nós. Lá no jardim do Éden o Altíssimo mostrou o que podia e o que não podia ser feito. Mesmo assim, o homem escolheu o caminho do erro. Esforço-me e peço sabedoria a Deus para cuidar de meus filhos”, diz. Pelo exemplo ético e moral, o homem exerce seu papel de pai espiritual, segundo Conley: “Pais, como instrutores, não só ensinam pelo preceito, mas também fazem mais do que isso. Pelo exemplo, eles transmitem o seu caráter aos filhos e, no processo, reproduzem filhos à própria imagem”. Este pensamento é corroborado pelo pastor Josias: “Acima de tudo precisamos ser pessoas de Deus. O pastor Jayme de Amorim Campos (sede nacional da IIGD) costuma dizer que ‘devemos’ ser, não parecer ‘ser’ de Deus. Ninguém melhor do que a nossa família para dizer se eu sou ou não sou de Deus, para analisar a minha forma de agir, minhas atitudes e o meu tratamento para com eles. Tudo isso é um ensinamento. Fico feliz quando meu filho mais velho diz que quer ter um casamento igual ao meu. Ele vê a forma como trato minha esposa e isso acaba sendo uma boa referência. Infelizmente em muitos lares essa referência não é boa e, consequentemente, teremos filhos problemáticos, famílias e casamentos problemáticos”. Bayless Conley diz em sua obra que “verdadeiros pais no Senhor exortam, consolam e cobram”, afirmação que encontra respaldo na Palavra de Deus e na experiência cotidiana como pai e pastor de Josias Cruz: “Veja o cuidado que Deus teve ao ensinar Adão no Éden. O homem poderia comer livremente, menos da árvore que estava no meio do jardim. Desta árvore Adão não poderia comer, senão morreria. O pai faz isso, não impõe nada, ele ensina sem ser autoritário. Quando o filho pródigo falou para o pai que queria sua parte dos bens para viver a vida, não vimos o pai relutando ou questionando. O pai simplesmente dá a parte dos bens ao filho”, explica. Ainda baseado na parábola do filho pródigo (Lucas 15.11-32), o pastor da IIGD relata o comportamento amoroso do pai que instrui e consola mediante os ensinamentos de Jesus: “O filho saiu de casa, viveu uma vida miserável, perdeu tudo, se arrependeu e voltou para o pai. Mesmo após ver o filho passar por isso tudo, o pai não ‘joga na cara’ os acontecimentos, dizendo ‘eu te falei’, ‘bem feito’, ‘você me desobedeceu e quebrou a cara’. Não! A Bíblia diz que o pai o viu de longe, correu ao encontro dele, o abraçou. O filho ainda pediu perdão e misericórdia, mas o pai nem quis ouvi-lo. Trouxe roupas novas, sandálias, botou anel no dedo dele e ainda fez uma festa para o filho que havia retornado ao lar. Essa é a atitude de um homem de Deus, um pai de família, um pai santo que ensina seus filhos o caminho que deve andar”, finaliza.